17 de maio de 2010

O Canecão por seus bastidores.

Maria Bethânia e outros artistas falam sobre a casa que foi fundamental para suas carreiras.

Interditada na última segunda-feira, a casa de Shows "Canecão" na zona sul do Rio de Janeiro foi fechada por decisão judicial que devolveu o terreno para a UFRJ. Em ação que perdura por 39 anos, a casa respira em mais um round dessa briga judicial que não permite prevê ainda um vencedor, mas, já tem muitos perdedores - público e artistas. 
   Fachada da casa de espetáculos                                          Foto: Murilo Cunha               
Em entrevista a um jornal, a cantora Maria Bethânia conta histórias de bastidores e relembra passagens numa casa que foi fundamental para sua carreira. 
"As imagens são muito fortes, estão embaralhadas na minha cabeça. dos muitos shows inesquecíveis que estreei naquele palco àqueles a que assisti encantada na plateia. E ainda os particulares, nos bastidores, como  na temporada de 'Brasileirinho', com Nana Caymmi e Miúcha, que prosseguiam cantando para mim no camarim até altas horas.
Lembranças como essas e tantas outras me acompanham, essa casa é muito importante na música popular, na minha vida e na de nossa geração. Minha carreira está umbilicalmente ligada ao Canecão, que é a cara do Rio, ali na passagem de Copacabana para Botafogo. 
Tomara que que aquele lugar continue para a música, o Rio mereçe uma casa com uma história tão forte.
Foram tantos os shows que me emocionaram: Clara Nunes em 'Brasileiro profissão esperança', Amália Rodrigues, Elizeth, Maysa, Caetano, Chico, Alcione, Marisa Monte, Adriana Calcanhoto, uma lista interminável..."

Bethânia e Erasmo abraçados no camarim do Canecão
Erasmo também relembra momentos de emoções e espetáculos inesquecíveis
"Quando fiz 'emoções', com Roberto, tinha o canecão na cabeça, com as imagens de carinho do público nos embalando. Emoções que também  vivi na platéia. Foi lá que chorei no  show de Elis, quando ela cantou a  nossa música".  
E critica a atual posição de casas de show. "Eu me sentia mais carioca no Canecão, que mantinha o nome, um forte diferencial, agora que casas de espetáculo são batizadas com nomes de firmas."
Outros cantores como Nana Caymmi, declara que restam as boas lembranças de um passado glorioso. “Foi uma casa que nos deu muita alegria, e agora ver desmoronar... É um fim trágico numa cidade com problemas sérios em cultura."
Ângela Ro Rô vê o fechamento do Canecão como “uma grande perda para a música” e, principalmente, para o Rio. “Digo isso como artista e plateia. Fiz shows importantes lá. Também assisti apresentações memoráveis na casa. 

O Canecão desperta inúmeras declarações por ser inquestionável a  sua importância cultural. Ainda cunhada na entrada, é possivel ler a inscrição do produtor Ronaldo Bôscoli “Nesta casa se escreve a história da Música Popular Brasileira”. Rever a trajetória de grandes nomes da música brasileira, é perceber que todos os caminhos levam a um palco em comum: o Canecão.
  
O projeto da UFRJ é usar o terreno para a construção de um centro cultural. É o que informou o reitor da Universidade, Aloísio Teixeira, em coletiva de imprensa na terça-feira.


Fã-clube Grito de Alerta

Um comentário:

  1. olá! amei o blog! sou mega fã de maria bethânia! ótimos posts, adorei! estou seguindo bjs

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