6 de abril de 2012

Poesia











Foto DARYAN DORNELLES

Oásis de Bethânia
Faça de conta que sou sua água.
Beba-me quando em deserto se encontrar.
E em meio à espessura escarpada das areias
Que encontre em mim, a recôndita paz de um oásis.

Imagine que sou sereia.
Lamba meu corpo permeado de escamas
Todas as vezes que de voz precisar.
Assim, serei o seu canto, e todos que de você se aproximar, do meu encanto provará.

De vez em quando, faça-me sua poesia.
Dedilhe em mim os seus dedos embriagados de versos
Os seus lábios sedentos de clamor poético
E os seus sonhos rechaçados por concretos.

Brinque de deus que eu serei o seu divino papiro.
Em mim poderá escrever as belezas que contempla
Os prazeres que te aprisionam
E os bálsamos que te embalam.
 
Faça-me, pois, tua.
E o seu melhor espetáculo
Prometo representar no palco do tempo
Onde, embora muitas vezes caluniada e maldita, também sou a bênção para o seu esplendor.

Daniella Paula Oliveira

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