15 de junho de 2013

Maria Bethânia, a melhor cantora!


Foto: Zé Maurício© Beti Niemeyer


A música “Eu sei que vou te amar” marcou a abertura da 24ª edição do Prêmio da Música Brasileira na noite desta quarta-feira e emocionou os convidados presentes no Theatro Municipal. A canção de Antonio Carlos Jobim, homenageado da festa, foi executada por um time de pianistas de peso: João Carlos Martins, Wagner Tiso, Leandro Braga, Gilson Peranzzetta, João Carlos Coutinho e Cristóvão Bastos. Entre os 106 indicados, 35 foram premiados em festa que celebrou a obra de Tom Jobim.

A cerimônia, comandada pelas cantoras Zélia Duncan e Adriana Calcanhoto, premiou os melhores do ano na música brasileira e grandes nomes da MPB subiram ao palco para interpretar músicas de Tom Jobim, como Gal Costa (“Se todos fossem iguais a você”), João Bosco (“Dindi”), Nana Caymmi (“Por Causa de Você”), Céu (“Insensatez”), Maria Gadú (“Chega de Saudades”), Rosa Passos (“Inútil Paisagem”), Monica Salmaso, Leny Andrade (“Brigas Nunca Mais”), Banda Nova (“Wave), Leila Pinheiro (“Desafinado”), Tulipa Ruiz (“Garota de Ipanema”), Carminho e Antonio Zambujo (“Sabiá).

O prêmio também homenageou quatro artistas que a música brasileira perdeu esse ano: o percussionista, violonista, cantor e compositor, Marku Ribas; o cantor e compositor, Alexandre Magno Abrão, o Chorão; cientista e compositor, Paulo Vanzolini; e o cantor Emílio Santiago.

O evento aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Caetano Veloso foi sagrado como melhor cantor, e Maria Bethânia como melhor cantora de MPB e também ganhou a melhor canção "Carta de Amor" com Paulo César Pinheiro.

Foto: Felipe Souto Maior

1 de junho de 2013

Maria Sampaio: a lente que se propaga em luz!



Há três anos nossa querida Maria passou a mirar sua máquina fotográfica lá de cima e anotar suas impressões em suas detalhadas histórias e contos. Essa mulher maravilhosa nos legou lições de humanidade tão poucas vivenciadas nos dias de hoje... tudo seria mais fácil se todos pudessem viver do jeito que ela viveu, com seu humor e alegria, com sua sinceridade e harmonia, com seu carinho pelas pessoas e pelos animais e com seus exemplos de generosidade e desprendimento.

Foto: Carlos Albuquerque

Em 2009, Maria esteve em Recife para lançar "Estrela de Ana Brasila". À época, pedimos ao poeta e crítico literário Jaci Bezerra que escrevesse sobre livro. Jaci expressou a alma de Maria pela sensibilidade das histórias e da imaginação. Transcrevemos abaixo, o texto de Jaci Bezerra como mais uma homenagem que prestamos à nossa amiga Maria Guimarães Sampaio:


A ESTRELA DE ANA BRASILA: ROMANCE DE GENTE GRANDE

 Jaci Bezerra


Muito bom a gente encontrar e ler um livro assim, como esse de Maria Guimarães Sampaio, A Estrela de Ana Brasila, que para além dos dias idos e vividos tem o dom de nos devolver com naturalidade aquele tempo aparentemente perdido no qual continuamos a descobrir, alumbrados -  mesmo com a autora brincando de dizer que a sua é uma “estória sem  compromisso com verdade  nenhuma,”-  que livros como o seu, no mundo de hoje, mais do que  nunca falam, cantam, sonham como os homens E, por isso  mesmo, são mais do que necessários. Pois como não se aproximar de um livro como o seu, se desde o início o livro de Maria nos seduz e nos arrasta com os seus sortilégios de linguagem, as suas invenções verbais, o seu poder de fazer do verbo carne. O seu dom de criar e dar vida a coisas, lembranças, paisagens e pessoas, a exemplo de Frutuoso, Prudença, Bastião Cavalo, Estrela, Januaro, Zóio Verde e tanta gente mais que  respira e anda nas páginas do seu romance como andamos nós do lado de fora e ao longo. Tanto é assim que mesmo depois de fechado o livro os seus personagens nos acompanham.  Ou continuam vagando em nossa lembrança. Porque Maria, navegando na sua canoa como Bastião no tempo de menino, tem o dom de ressuscitar o passado, como já disse. E de emprestar ao tempo o seu espírito para reconstruí-lo plasticamente. Sob esse aspecto, do mesmo modo que os seus personagens são capazes de dar forma a objetos de cerâmica de louça como alguidares, boiões, bacias, pratos de comer – Maria, que em certa página do seu livro cria o verbo olariar, com o qual caracteriza o fazedor e o artífice de cerâmica, reconstitui plasticamente aquele tempo marcado pela miséria da escravidão. Mundo de  machos, como lembra o pintor José Cláudio, no qual as mulheres eram relegadas  à condição de coisa, ética e sexualmente.

Para onde quer que se vá, não sei se como romance ou um livro de memórias ou as duas coisas juntas, esse livro que amanhece em minhas mãos, do qual a autora delicadamente retira a pátina do tempo para revelar o esplendor daquelas coisas que ao longo da vida foram não só amadurecidas como perseguidas e conquistadas. Para isso, inclusive, valendo-se dos recursos da poesia, o que torna o seu mundooceano, circunstancialmente, uma clareira de luz capaz de deslumbrar qualquer leitor, como, por exemplo, aqueles Sinos belelem belemlão tirando o dormir de frutuoso, os olho querendo afundar, rios de riachar, canoa de canoar, como um dos ventos que nascem das mãos de frutuoso. Bastaria isso, essa intimidade com a linguagem, para revelar que Maria anda à vontade no território das formas por ela escolhida. Por isso mesmo, lançado esse, a ela outra coisa não cabe se não escrever e lançar outro livro: com a mesma força, o mesmo encanto, a mesma poesia. 

“Rio Sonata”, documentário sobre Nana Caymmi sai pelo selo Quitanda



O documentário de Georges Gachot sobre Nana Caymmi será lançado pelo selo Quitanda, que Maria Bethânia tem na Biscoito Fino. O diretor franco-suíço conheceu Nana ao filmá-la como convidada do show “Brasileirinho”, para o documentário “Música é perfume” (2005), sobre Bethânia.

Abaixo, conheça as músicas de "Rio Sonata".

Divulgação

Tributo a uma das maiores cantoras brasileiras dos últimos 50 anos
Faixas

1. "Ate Pensei"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Chico Buarque

2. "Sem Poupar Coração"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Dori Caymmi - Paulo César Pinheiro

3. "Waltz of the Flowers"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Tchaikowsky

4. "Medo de Amar"
Intérprete: Nana Caymmi
Autoria: Vinicius de Moraes

5. "Na Rua, na Chuva, na Fazenda"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Hyldon

6. "Saveiros"
Intérprete: Nana Caymmi & Dori Caymmi
Autoria: Dori Caymmi - Nelson Motta

7. "Fora de Hora"
Intérprete: Nana Caymmi & Dori Caymmi
Autores: Dori Caymmi - Chico Buarque

8. "Torturante Ironia"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Oreste Barbosa - Sílvio Caldas

9. "Saudade de Amar"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Dori Caymmi - Paulo César Pinheiro

10. "Estrada do Sol"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Dolores Duran - Tom Jobim

11. "Reverie"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Claude Debussy

12. "Esmeraldas"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Rosa Passos - Fernando de Oliveira

13. "Clair de Lune"
Intérprete: Nelson Freire
Autores: Claude Debussy

14. "Bom Dia"
Intérprete: Nana Caymmi - Gilberto Gil
Autores: Nana Caymmi - Gilberto Gil

15. "Esmeraldas"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Rosa Passos - Fernando de Oliveira

16. "Atrás da Porta"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Chico Buarqeu - Francis Hime

17. "Cais"
Intérprete: Nana Caymmi - Milton Nascimento
Autores: Milton Nascimento - Ronaldo Bastos

18. "Sem Você"
Intérprete: Nana Caymmi - Tom Jobim
Autores: Vinicius de Moraes / Tom Jobim

19. "Só Louco"
Intérprete: Nana Caymmi - Tom Jobim
Autores: Dorival Caymmi

20. "Caju em Flor"
Intérprete: Nana & Dori Caymmi, João Donato
Autores: João Donato - Ronaldo Bastos

21. "Resposta ao Tempo"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Cristóvão Bastos - Aldir Blanc

22. "A Tonga da Mironga do Kabulete"
Intérprete: Mart`nalia
Autores: Vinicius de Moraes - Toquinho

23. "Não se Esqueça de Mim"
Intérprete: Nana Caymmi - Erasmo Carlos
Autoria: Erasmo Carlos e Roberto Carlos

24. "Sonho"
Intérprete: Sueli Costa
Autores: Sueli Costa

25. "Sussurana"
Intérprete: Nana Caymmi - Maria Bethânia
Autores: Heckel Tavares - Luiz Peixoto

26. "João Valentão"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Dorival Caymmi

27. "Um Vestido de Bolero"
Intérprete: Nana Caymmi - Maria Bethânia - Miúcha
Autores: Dorival Caymmi

28. "É Doce Morrer no Mar"
Intérprete: Dorival Caymmi
Autores: Dorival Caymmi / Jorge Amado

29. "Sabado em Copacabana"
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Dorival Caymmi - Carlos Guinle

30. "Acalanto"
Intérprete: Nana & Dorival Caymmi
Autores: Dorival Caymmi

31. "Sorri" ("Smile")
Intérprete: Nana Caymmi
Autores: Charles Chaplin, G. Parsons, J. Turner - versão João de Barro (Braguinha).


Com participações de Milton Nascimento, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Tom Jobim, João Donato, Mart'Nália, Erasmo Carlos, Sueli Costa, Dorival e Dori Caymmi e outros grandes nomes, esse filme é dedicado a Nana Caymmi, uma das mais sofisticadas cantoras e ao seu papel de liderança no mundo musical brasileiro nos últimos 50 anos. Nana é guardiã de uma herança musical sem precedentes. Filha do emblemático compositor Dorival Caymmi, ex-mulher de Gilberto Gil, musa de Milton Nascimento, amiga de infância de Nelson Freire, vista pelo seu público como uma das maiores cantoras brasileiras e citada pelo jornalista Roberto Moura como “A cantora das cantoras”.