8 de novembro de 2010

Besouro e outras crenças unem Maria Bethânia e Paulo Cesar Pinheiro.

Maria Bethânia encontra Paulo César Pinheiro em novos projetos, polinizando um outro Brasil.
Na tarde de sexta-feira a cantora e o compositor concederam entrevista coletiva na sede da gravadora Biscoito Fino, seguida de uma roda de capoeira e outra de samba, com a presença de amigos para lançarem trabalhos que entrelaçam através da religiosidade e dos ritmos afro-baianos: enquanto Bethânia aproveita os 45 anos de carreira para lançar seu novo DVD e CD, "Amor, Festa, Devoção", Pinheiro apresenta seu CD "Capoeira de Besouro", pelo selo Quitanda.

No show Amor Festa Devoção, Maria Bethânia diz no texto que introduz um bloco de modas de viola: "Gosto de cantar o Brasil caboclo como se fosse uma prece, para que ele resista apesar da mão do progresso vazio que insiste em dizimá-lo". Coincidentemente, parte da resistência desse Brasil está na obra de Paulo César Pinheiro.

O álbum Capoeira de Besouro, tem 14 canções compostas por Pinheiro para a peça Besouro Cordão-de-Ouro, sua estreia no teatro. Não é por acaso que a cantora e o compositor mais produtivos da música brasileira convergem em mais uma significativa colaboração.
Besouro Mangangá é o apelido de um mito baiano, lendário capoeirista, cantor e compositor, nascido em Santo Amaro da Purificação, berço de Bethânia, Caetano Veloso e de sua mãe, Dona Canô, a quem ela dedica esse trabalho, parte do qual vem de Encanteria, o CD de 2009, que tem a canção-título assinada por Pinheiro. Está tudo interligado.

Bethânia tem planos de relançar pela Quitanda o álbum Santo e Orixá, com 14 canções inéditas de Pinheiro, cantadas por Glória Bomfim, uma baiana que trabalha como cozinheira do compositor. Cantado em grande escala por Bethânia nos trabalhos mais recentes, o conterrâneo Roque Ferreira - também deve ter o tão aguardado segundo álbum lançado pelo selo Quitanda.

Em Amor, Festa, Devoção, "Queria cantar coisas louvando à Deus, mas também queria cantar o Brasil", resumiu a cantora. "Cantar a religiosidade os baianos sempre cantaram, está no sangue", destaca. No show gravado, ela canta 18  músicas, entre inéditas e consagradíssimas. O espetáculo foi dirigido por André Horta.
Indagada por ter gravado temas sertanejos mais contemporâneos, como "É o amor" (Zezé di Camargo e Luciano), a cantora demostrou respeito pelo trabalho: "Vejo com carinho, não como algo que dá tanta repulsa", diz. Ela Vê a nostalgia das modas de viola em suas leituras: "O mundo ficou grande demais, fico querendo diminuir para me sentir feliz".


Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta
(site oficial)
(comunidade do Grito de Alerta no Orkut)

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