Show baseado no álbum Oásis de Bethânia, que estreou dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, Carta de Amor faz resurgir uma Maria Bethânia apaixonada que en(canta) com músicas que falam sobre todo tipo de amor.
Foto: Camila Alcântara |
O show trouxe sucessos de sua carreira, músicas do novo CD e canções
inéditas em sua voz. No roteiro, canções do novo disco como Casablanca e Barulho (ambas de Roque Ferreira), Velho Francisco (Chico Buarque) Salmo e Carta de Amor – esta que inspirou o título
do álbum com um texto de sua autoria com a música e poesia de Paulo César
Pinheiro. Entre as músicas cantadas por ela pela primeira vez, composições de
Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e do português Pedro Abrunhosa, além da inédita
Em Estado de Poesia, de Chico César,
sem esquecer os clássicos de seu repertório de mais de 47 anos de carreira.
Ao lado do pianista e maestro mineiro Wagner Tiso, diretor musical do show Carta de Amor, a intérprete segue sua receita teatral com arranjos assinados por Tiso com alguns músicos da banda - formada por Gabriel Improta (violão e guitarra), Paulo Dafilin (violão e viola), Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Marcelo Costa (percussão) e Marcio Mallard (violoncelo) - apresentada com entusiasmo e orgulho pela cantora durante a música A Nossa Casa (Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Paulo Tatit, João Bandeira, Celeste Moreau Antunes, Edith Derdik e Sueli Galdino, 2004). Tiso assume em Carta de Amor o posto que era de Jaime Alem desde o show Maria, de 1988.
A troca do violão de Jaime Alem pelo piano de Wagner Tiso como instrumento condutor já dava indícios de
que algo diferente estava a se desenvolver. O estilo e a escola musical de seu
novo maestro obviamente também são outros e, nesse aspecto, o show tem boas
soluções e algumas surpresas: arranjos mais grandiosos em diversos momentos, a
força da percussão, especialmente no início do segundo ato em que emenda
Festa (Gonzaguinha) com Dora (Dorival Caymmi), homenagem ao
Recife ao ritmo de maracatu.
Como quem segura o raio de Iansã, Bethânia manda o primeiro de vários recados provocativos em Não Enche (Caetano Veloso). Mais serena na interpretação, Fogueira (Angela Ro Ro), Casablanca (Roque Ferreira), Na Primeira Manhã (Alceu Valença), Calúnia (Marino Porto/Paulo Soledade), Negue (Adelino Moreira/Enzo de Almeida Passos), Fera Ferida (Roberto Carlos/Erasmo Carlos) e Quem Me Leva os Meus Fantasmas (do português Pedro Abrunhosa) são como os abalos sucessivos de um grande terremoto. A superfície ondula com escavações nas entranhas de canções de entrega, paixões, sonhos, perdas, derrotas e superações amorosas.Mais leve, o segundo ato tem mais o Estado de Poesia, de que fala a canção de Chico César. E ergue-se um bloco "residencial", com canções que trazem referências à moradia, umas que desmoronam na saudade e nas circunstâncias da vida, outras que emanam alegria - como A Casa É Sua (Arnaldo Antunes) - até os versos cortantes de Carta de Amor e a pungência de Escândalo (Caetano). No bis ela até brincou, maliciosa, com a previsão fatalista para o 21 de dezembro de 2012, cantando trecho de E o Mundo não Se Acabou (Assis Valente).
Como quem segura o raio de Iansã, Bethânia manda o primeiro de vários recados provocativos em Não Enche (Caetano Veloso). Mais serena na interpretação, Fogueira (Angela Ro Ro), Casablanca (Roque Ferreira), Na Primeira Manhã (Alceu Valença), Calúnia (Marino Porto/Paulo Soledade), Negue (Adelino Moreira/Enzo de Almeida Passos), Fera Ferida (Roberto Carlos/Erasmo Carlos) e Quem Me Leva os Meus Fantasmas (do português Pedro Abrunhosa) são como os abalos sucessivos de um grande terremoto. A superfície ondula com escavações nas entranhas de canções de entrega, paixões, sonhos, perdas, derrotas e superações amorosas.Mais leve, o segundo ato tem mais o Estado de Poesia, de que fala a canção de Chico César. E ergue-se um bloco "residencial", com canções que trazem referências à moradia, umas que desmoronam na saudade e nas circunstâncias da vida, outras que emanam alegria - como A Casa É Sua (Arnaldo Antunes) - até os versos cortantes de Carta de Amor e a pungência de Escândalo (Caetano). No bis ela até brincou, maliciosa, com a previsão fatalista para o 21 de dezembro de 2012, cantando trecho de E o Mundo não Se Acabou (Assis Valente).
Carta de Amor reforça o endereço musical de Maria Bethânia no palco. E o palco é o destino
certeiro da intérprete, a casa onde ela reina
Eis o roteiro seguido por Maria Bethânia em 19 de novembro de 2012 na segunda apresentação do show Carta de Amor na casa Vivo Rio:
Ato I
1. Canções e
Momentos (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1986)
2. Sangrando
(Gonzaguinha, 1980)3. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro, 2002)
4. Dona do Raio e do Vento (Paulo César Pinheiro, 2006)
5. Cântico Negro (José Régio, Vinicius de Moraes, Luiz Carlos Lacerda e Clarice Lispector)
- texto / Não Enche (Caetano Veloso, 1997)
6. Fogueira (Ângela RoRo, 1983)
7. Casablanca (Roque Ferreira, 2012)
8. Na Primeira Manhã (Alceu Valença, 1980)
9. Calúnia (Marino Pinto e Paulo Soledade, 1951)
10. Negue (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, 1960)
11. Barulho (Roque Ferreira, 2007)
12. Fera Ferida (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1982)
13.Cântico Negro (José Régio, Vinicius de Moraes, Luiz Carlos Lacerda e Clarice Lispector)
- texto / Quem me Leva os Meus Fantasmas (Pedro Abrunhosa, 2007)
Intervalo
14. Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) /
15. Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1976) - Instrumental banda
Ato II
16. Festa (Gonzaguinha, 1968)
17. Dora (Dorival Caymmi, 1945)
18. Lua Branca (Chiquinha Gonzaga, 1912)
19. Estado de Poesia (Chico César, 2012)
20. Adeus Guacyra (Heckel Tavares e Joracy Camargo, 1933)
21. A Nossa Casa (Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Paulo Tatit, João Bandeira, Celeste
Moreau Antunes, Edith Derdik e Sueli Galdino, 2004)
22. Marambaia (Henricão e Rubens Campos, 1944)
23. A Casa É Sua (Arnaldo Antunes e Ortinho, 2009)
24. Santo Amaro Ê Ê (domínio público) /
Quixabeira (domínio público) /
Reconvexo (Caetano Veloso, 1989) /
Minha Senhora (domínio público) /
Viola Meu Bem (domínio público) /
Reconvexo (Caetano Veloso, 1989)
25. Minha Casa (Joubert de Carvalho, 1946)
26. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
27. Carta de Amor (Paulo César Pinheiro) - com texto de Maria Bethânia
28. Escândalo (Caetano Veloso, 1981)
29. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro, 2002)
30. Canções e Momentos (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1986)
Bis:
31. Mensagem (Aldo Cabral e Cícero Nunes, 1945) /
Cartas de Amor (Fernando Pessoa) - texto
Bis 2:
32. ...E o Mundo Não se Acabou (Assis Valente, 1938)
33. Ela Desatinou (Chico Buarque, 1968)
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta
É impressionante a magia e encantamento absolutos que imanam dessa incrível artista. O show foi muito belo. Arranjos,repertório e, principalmente, iluminação( das mais bonitas que já vi)eficientes. Bethania linda e cantando como nunca.De arrepiar!
ResponderExcluirTudo deu certo.Platéia em transe. salve Rainha!!!
Faltou Explode coração hein???? Tem que ter!
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