25 de dezembro de 2012

"O dever cumprido faz a gente não ter remorso"


"O dever cumprido faz a gente não ter remorso", frase dita por D. Canô a Mabel Velloso.


Claudionor Viana Teles Velloso, a grande matriarca da família Velloso, carinhosamente chamada por todos por D. Canô, escreveu sua história contando alegrias, vitalidade, fé a esperança. De uma lucidez tamanha, sempre se posicionou diante de tudo que acontecia na família, na cidade de Santo Amaro e sobre os grandes acontecimentos. Sabedoria essa que a permitia dizer o que pensava – em sua fala mansa e carinhosa – nos alertava sobre o que é importante na vida.

Quando ela passava nas ruas, todo mundo já sabia: Dona Canô está indo fazer o bem. Segundo ela, estava aí a razão de sua longevidade: “Recebo e dou muito amor, tenho prazer de viver e paciência, sei que tudo tem seu tempo”.

Amor, festa e devoção foi sua trajetória. Lição tão bem cantada por Maria Bethânia. D. Canô nos amparou em seus braços, qual Nossa Senhora, que acolhe sem distinção todos que a procuram. Hoje elas estão juntas nos ajudando a refletir sobre o bem-viver.


Bethânia canta a música Curare (Alberto de Castro Simões da Silva) em comemoração aos 105 anos de D. Canô em Santo Amaro da Purificação - Bahia, 2012.


24 de novembro de 2012

Carta de Amor promete longa agenda de Shows.

 
Ainda com alguns ajustes, certamente feitos durante a turnê, o Show Carta de Amor, estreado nos últimos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, segue pelo Brasil.
 
                                                                               Fotos: Camila Alcântara

 
Maria Bethânia é uma das poucas cantoras que escolhe onde quer cantar.
Sua carreira, muito bem solidificado nesses 47 anos de "estrada", lhe permitiu essa autonomia. Mesmo assim, fãs e admiradores de todo Brasil podem esperar uma grande turnê para este novo novo Show, inspirado no álbum Oásis de Bethânia.
 
Em muitas cidades, já com ingressos esgotados, segue a Agenda da Turnê Nacional do Show Carta de Amor:

* 1 e 2 de dezembro de 2012 - Teatro Castro Alves - Salvador (BA)
* 7 e 8 de dezembro de 2012 - Palácio das Artes - Belo Horizonte (MG)
* 14 de dezembro de 2012 - Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza (CE)

* 8 e 9 de janeiro de 2013 - Teatro do SESI - Porto Alegre (RS)
* 20 de janeiro de 2013 – Teatro Gustavo Leite - Maceió (AL)
* 23 de janeiro de 2013 - Teatro Tobias Barreto - Aracaju (SE)
* 25 de Janeiro de 2013 - Teatro Guararapes - Recife (PE)
* 29, 30 e 31 de março de 2013 - HSBC Brasil - São Paulo (SP)
* 12, 13 e 14 de abril de 2013 - Vivo Rio - Rio de Janeiro (RJ)
* 24 de abril de 2013 - Teatro Ademir Rosa - Florianópolis (SC)
* 27 de abril de 2013 - Teatro Guaíra - Curitiba (PR)


 
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta.

22 de novembro de 2012

"Carta de Amor" deixa a plateia extasiada.

Show baseado no álbum Oásis de Bethânia, que estreou dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, Carta de Amor faz resurgir uma Maria Bethânia apaixonada que en(canta) com músicas que falam sobre todo tipo de amor.
 
                                                                             Foto: Camila Alcântara
 
O show trouxe sucessos de sua carreira, músicas do novo CD e canções inéditas em sua voz. No roteiro, canções do novo disco como Casablanca e Barulho (ambas de Roque Ferreira), Velho Francisco (Chico Buarque) Salmo e Carta de Amor – esta que inspirou o título do álbum com um texto de sua autoria com a música e poesia de Paulo César Pinheiro. Entre as músicas cantadas por ela pela primeira vez, composições de Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e do português Pedro Abrunhosa, além da inédita Em Estado de Poesia, de Chico César, sem esquecer os clássicos de seu repertório de mais de 47 anos de carreira.
 
Ao lado do pianista e maestro mineiro Wagner Tiso, diretor musical do show Carta de Amor, a intérprete segue sua receita teatral com arranjos assinados por Tiso com alguns músicos da banda - formada por Gabriel Improta (violão e guitarra), Paulo Dafilin (violão e viola), Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Marcelo Costa (percussão) e Marcio Mallard (violoncelo) - apresentada com entusiasmo e orgulho pela cantora durante a música A Nossa Casa (Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Paulo Tatit, João Bandeira, Celeste Moreau Antunes, Edith Derdik e Sueli Galdino, 2004). Tiso assume em Carta de Amor o posto que era de Jaime Alem desde o show Maria, de 1988.
 
A troca do violão de Jaime Alem pelo piano de Wagner Tiso como instrumento condutor já dava indícios de que algo diferente estava a se desenvolver. O estilo e a escola musical de seu novo maestro obviamente também são outros e, nesse aspecto, o show tem boas soluções e algumas surpresas: arranjos mais grandiosos em diversos momentos, a força da percussão, especialmente no início do segundo ato em que emenda Festa (Gonzaguinha) com Dora (Dorival Caymmi), homenagem ao Recife ao ritmo de maracatu.

Como quem segura o raio de Iansã, Bethânia manda o primeiro de vários recados provocativos em Não Enche (Caetano Veloso). Mais serena na interpretação, Fogueira (Angela Ro Ro), Casablanca (Roque Ferreira), Na Primeira Manhã (Alceu Valença), Calúnia (Marino Porto/Paulo Soledade), Negue (Adelino Moreira/Enzo de Almeida Passos), Fera Ferida (Roberto Carlos/Erasmo Carlos) e Quem Me Leva os Meus Fantasmas (do português Pedro Abrunhosa) são como os abalos sucessivos de um grande terremoto. A superfície ondula com escavações nas entranhas de canções de entrega, paixões, sonhos, perdas, derrotas e superações amorosas.
Mais leve, o segundo ato tem mais o Estado de Poesia, de que fala a canção de Chico César. E ergue-se um bloco "residencial", com canções que trazem referências à moradia, umas que desmoronam na saudade e nas circunstâncias da vida, outras que emanam alegria - como A Casa É Sua (Arnaldo Antunes) - até os versos cortantes de Carta de Amor e a pungência de Escândalo (Caetano). No bis ela até brincou, maliciosa, com a previsão fatalista para o 21 de dezembro de 2012, cantando trecho de E o Mundo não Se Acabou (Assis Valente).
 
Carta de Amor reforça o endereço musical de Maria Bethânia no palco. E o palco é o destino certeiro da intérprete, a casa onde ela reina
 
 
Eis o roteiro seguido por Maria Bethânia em 19 de novembro de 2012 na segunda apresentação do show Carta de Amor na casa Vivo Rio:

Ato I
1. Canções e Momentos (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1986)
2. Sangrando (Gonzaguinha, 1980)
3. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro, 2002)
4. Dona do Raio e do Vento (Paulo César Pinheiro, 2006)
5. Cântico Negro (José Régio, Vinicius de Moraes, Luiz Carlos Lacerda e Clarice Lispector)
- texto / Não Enche (Caetano Veloso, 1997)
6. Fogueira (Ângela RoRo, 1983)
7. Casablanca (Roque Ferreira, 2012)
8. Na Primeira Manhã (Alceu Valença, 1980)
9. Calúnia (Marino Pinto e Paulo Soledade, 1951)
10. Negue (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, 1960)
11. Barulho (Roque Ferreira, 2007)
12. Fera Ferida (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1982)
13.Cântico Negro (José Régio, Vinicius de Moraes, Luiz Carlos Lacerda e Clarice Lispector)
- texto / Quem me Leva os Meus Fantasmas (Pedro Abrunhosa, 2007)
Intervalo
14. Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) /
15. Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1976) - Instrumental banda

Ato II
16. Festa (Gonzaguinha, 1968)
17. Dora (Dorival Caymmi, 1945)
18. Lua Branca (Chiquinha Gonzaga, 1912)
19. Estado de Poesia (Chico César, 2012)
20. Adeus Guacyra (Heckel Tavares e Joracy Camargo, 1933)
21. A Nossa Casa (Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Paulo Tatit, João Bandeira, Celeste
Moreau Antunes, Edith Derdik e Sueli Galdino, 2004)
22. Marambaia (Henricão e Rubens Campos, 1944)
23. A Casa É Sua (Arnaldo Antunes e Ortinho, 2009)
24. Santo Amaro Ê Ê (domínio público) /
Quixabeira (domínio público) /
Reconvexo (Caetano Veloso, 1989) /
Minha Senhora (domínio público) /
Viola Meu Bem (domínio público) /
Reconvexo (Caetano Veloso, 1989)
25. Minha Casa (Joubert de Carvalho, 1946)
26. Velho Francisco (Chico Buarque, 1987)
27. Carta de Amor (Paulo César Pinheiro) - com texto de Maria Bethânia
28. Escândalo (Caetano Veloso, 1981)
29. Salmo (Raphael Rabello e Paulo César Pinheiro, 2002)
30. Canções e Momentos (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1986)

Bis:
31. Mensagem (Aldo Cabral e Cícero Nunes, 1945) /
Cartas de Amor (Fernando Pessoa) - texto

Bis 2:
32. ...E o Mundo Não se Acabou (Assis Valente, 1938)
33. Ela Desatinou (Chico Buarque, 1968)



Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta

Maria Bethânia dá início à turnê Carta de Amor

Maria Bethânia voltou aos palcos com novo show, mostrando pela primeira vez o repertório de seu mais recente CD, Oásis de Bethânia. A estreia ocorreu no Vivo Rio, Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro, domingo e segunda.


                                                                               Foto: Camila Alcântara



 
Lançado em março deste ano, o álbum Oásis de Bethânia veio com formato novo em sua carreira: cada uma das 10 músicas do disco recebeu um arranjo inédito de convidados especialíssimos – que trouxeram a sofisticação de seus arranjos, unidos à voz única de Bethânia, trazendo o tempero ideal para a sonoridade marcante do novo trabalho
E é esta sonoridade nova que “Carta de Amor” traz. “O show vem do disco; é a base de onde eu parti, da mudança sonora que fiz ali com vários músicos”, conta Bethânia. “O título do show não se refere apenas à faixa do disco “Carta de Amor”, mas a todo tipo de amor que canto no show: o amor maduro, o amor inconstante, o amor traído, o amor eterno, o passageiro, o triste, o alegre...”, completa.
“Convidei o Wagner Tiso, maestro das Minas Gerais, para tocar com uma cantora baiana!”, brinca. Além de Wagner Tiso (maestro e piano), Gabriel Improta (violão e guitarra), Paulo Dafilin (violão e viola), Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Marcelo Costa (percussão) e Marcio Mallard (cello) a acompanharam.

Wagner, que já gravou com Bethânia, mas, no palco com ela pela primeira vez, acha a experiência inovadora. “Já toquei com outros baianos, mas com Bethânia é diferente porque ela leva o teatro para o palco. Trabalhar com ela é interessante artisticamente porque sabe muito bem o que quer fazer; tem plena noção de tudo e um mapa geral do que vai ser. Levo para o show minha cabeça orquestral, o que dá um contraste bonito entre o recôncavo dela e minha mineirice. E conto com a ajuda desses músicos maravilhosos” – diz Tiso.
 
Bia Lessa, diretora que já tem intimidade com seus espetáculos, assinou a direção e cenário e a iluminação ficara nas mãos de Tomás Ribas. Bia desenhou um cenário conciso para retratar este momento de Maria Bethânia. Não há elementos desnecessários, há o vazio do palco, preenchido por um tapete de tiras entrelaçadas, costuradas artesanalmente uma a uma, que remete ao universo popular e erudito e um pedaço de tronco que nos faz lembrar a natureza e os seus ciclos. Um dia esse tronco foi semente, depois arbusto, depois árvore, agora um espaço para se recostar. Apenas isso; no mais são luzes que criam espaços, ambientes e situações. Uma única imagem no final do espetáculo sintetiza para Bia o que é esse show, “uma celebração do ofício da cantora: celebrar a vida através de suas mais profundas convicções”.
 
 
 
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta

16 de novembro de 2012

Poesia na Fliporto com Maria Bethânia








Emocionante. O recital Maria Bethânia e as palavras, na abertura da Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto, valoriza a grande intérprete que é. Textos muito bem escolhidos, inclusive com participação de vários pernambucanos, e uma interpretação memorável, ao mesmo tempo leve e firme.

Entre recitais e cantorias, Bethânia foi acompanhada pelo percussionista Carlos César e o violonista Jaime. Homenageou seu poeta predileto, Fernando Pessoa, de quem recitou a marcante Navegar é preciso.
Os pernambucanos tiveram tribuna de honra. Em repertório explorador do Nordeste e Sertão, Luiz Gonzaga (ABC do Sertão), Dominguinhos (Lamento sertanejo), Antônio Maria (Menino grande) e Ascenso Ferreira (Vou danado pra Catende) foram recitados na noite, além de Clarice Lispector.

Quando criança, Maria Bethânia pensou em ser atriz, influenciada pelas aulas de drama (“teatro chamava-se drama”, esclarece) na escola de freiras onde estudava, na Bahia. Desistiu desde a primeira vez que cantou, incentivada pelo irmão, Caetano Veloso. No palco, entretanto, nunca abandonou definitivamente as artes cênicas. “O que eu acho que dá diferença nos meus shows é que eu faço um espetáculo usando a dramaturgia mesmo. Isso explora uma linha mais teatral, mais interpretativa”, explica a artista baiana, que já trabalhou com os diretores Augusto Boal e Bibi Ferreira.

Maria Bethânia e as palavras é o expoente dessa relação com as artes cênicas e a poesia, sempre presentes nos seus shows. “Não é somente um recital. Tem uma ideia, um fio condutor, como em um espetáculo teatral”, define, em entrevista por telefone, durante os ensaios para a estreia de Carta de amor, no Rio de Janeiro. O show é inspirado no disco Oásis de Bethânia, com arranjos de músicos convidados, como Lenine, Djavan e Wagner Tiso.

Os poetas preferidos foram escolhidos por Maria Bethânia. “São muitos textos que eu já disse em cena. Outros que nunca disse. Outros que jamais direi em shows. É muito conversado. Eu chamo essa leitura de exercício de delicadeza. No tempo de hoje, alguém querer ouvir poesia é bem difícil”, conta. Questionada se o poeta predileto é Fernando Pessoa, Bethânia nem se prende a elogios. Resume a confirmar. “É… É… É… É… É…”, repete, cinco vezes. Além dele, estão na programação Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Caetano Veloso, Renato Teixeira, Amália Rodrigues, Padre Antonio Vieira, Fausto Fawcet, Paulinho da Viola e Luiz Gonzaga, com ABC do Sertão. “O ABC está na leitura desde a primeira que fiz. Muda um pouco, a depender do lugar e mesmo da minha cabeça. Mas o ABC é próprio da leitura”, garante.
A sessão de hoje é exclusiva para 400 pagantes e 500 convidados. Mas, do lado de fora, o público poderá conferir o recital em um telão armado na Praça do Carmo, gratuitamente. O espetáculo estreou no ano passado, a convite da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e rendeu polêmica e críticas nas redes sociais. É que o pesquisador Hermano Vianna conseguiu autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 1,3 milhão e criar o blog O mundo precisa de poesia. Bethânia interpretaria poemas que seriam publicados, diariamente, durante um ano. Depois da polêmica, o projeto foi cancelado. E Bethânia não fala sobre o assunto. Mas, para a sorte dos fãs, não deixou de circular com o espetáculo.

Pernambucanos queridos

Clarice Lispector
A quase recifense Clarice Lispector – nascida na Ucrânia, de onde migrou para o Brasil aos dois meses – é uma das escritoras preferidas de Bethânia, ao lado do inigualável Fernando Pessoa. “Conheci Clarice Lispector através do Fauzi Arapi, o mesmo que me apresentou Fernando Pessoa. Ele disse ‘Você vai dizer Fernando Pessoa e você vai dizer Clarice Lispector’”. Daí, surgiu a admiração pelos dois escritores e também o hábito quase sagrado de recitar nas apresentações.
Manuel Bandeira
“Eu não fui amiga de Bandeira. Conheci mais profundamente Bandeira através de Vinicius (de Moraes). Ele falou muito porque era alguém que ele tinha como marco. Ele era grande estudioso, conhecedor, admirador da obra de Bandeira”. Foi ele também que mostrou a Bethânia o trabalho de outro pernambucano, o amigo Antônio Maria, cujos textos Bethânia inclui frequentemente nos shows.
Luiz Gonzaga
“Esse é o nosso querido Rei. Eu conheci Luiz. Fui camarada dele, grande amiga do filho dele. Tive essa grande alegria, grande honra. Conheci Gonzaga com ele ligando para a minha casa. ‘Quem fala? Luiz. Que Luiz? O Rei do Baião’”, relembra, rindo. “Eu vi muitos espetáculos dele. Assisti Luiz em Paris, na Suíça. Cantei muitas músicas dele. Ele era ouvido como um deus. O maior respeito, o devido respeito. Eles até sacudiam um pouquinho. Assistiam com maior respeito aquele monumento da cultura brasileira. Vocês estão com tudo”.
* Matéria publicada no Diario de Pernambuco desta quinta-feira, 15 de novembro

15 de novembro de 2012

Noite Luzidia

Noite Luzidia, nomeia o histórico show que celebra os 35 anos de carreira de Maria Bethânia.
 
 
Gravado no Canecão, Rio de Janeiro, em 2001, imaginava-se que esse DVD não seria mais lançado. Após algumas publicações e até mesmo alguns vídeos divulgados clandestinamente pela internet, sempre foi uma icognita a distribuição desse material tão bonito e raro.
Após 11 anos de espera,  poderemos ter o Show na íntegra.
 
Com participação de convidados ilustres da MPB, o DVD também mostra depoimentos de vários artistas e a passagem de som que foi o início desta grande e memorável festa.
 
Faixas do DVD:

1. Maria Bethânia - Banda Maria Bethânia
2. De Manhã - Caetano Veloso
3. O Canto de Dona Sinhá (Toda Beleza Que Há) - Vanessa Da Mata / Caetano Veloso
4. Dona do Dom - Chico César
5. Primavera - Carlos Lyra / Mariana De Moraes
6. Sina de Caboclo - Maria Bethânia
7. Opinião - Maria Bethânia
8. Guantanamera - Maria Bethânia
9. Diz Que Fui Por Aí - Maria Bethânia
10. Nem O Sol, Nem A Lua, Nem Eu - Lenine
11. Quando Você Não Está Aqui - Branco Melo / Arnaldo Antunes
12. Água e Pão (Bahia) - Maria Bethânia
13. Expresso 2222 Intrumental
14. Lamento Sertanejo (Forro Do Dominguinhos - Gilberto Gil)
15. Viramundo - Gilberto Gil
16. Se Eu Morresse De Saudade - Gilberto Gil
17. Adeus, Meu Santo Amaro (Citação) - Maria Bethânia
18. Noite de Estrelas - Roberto Mendes
19. As Canções Que Você Fez Para Mim - Maria Bethânia
20. Antes que Amanheça - Chico César
21. Juntar o Que Sentir - Renato Teixeira
22. Depois de Ter Você - Adriana Calcanhoto
23. Pra Rua Me Levar - Ana Carolina
24. Texto: Apesar Das Ruínas E Da Morte - Maria Bethânia
25. Sonho Impossível - Maria Bethânia
26. Sem Fantasia - Chico Buarque
27. A Moça Do Sonho - Chico Buarque / Edu Lobo
28. Maricotinha - Moreno Veloso / Nana Caymmi / Dori Caymmi
29. Começaria Tudo Outra Vez - Maria Bethânia
30. Alegria - Maria Bethânia
31. O Que É, O Que É? - Maria Bethânia
 
Em pré-venda nas principais livrarias do país, o DVD tem lançamento previsto para 14/12/2012.
 
 
Abraços,
Fã-Clube Grito de Alerta.


7 de novembro de 2012

Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga




Recife recebe a exposição Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga, aberta ao público até 7 de fevereiro, no Santander Cultural Recife (Avenida Rio Branco, 23, Bairro do Recife) foi inspirada na pesquisa que o estilista Ronaldo Fraga fez para a coleção desfilada no São Paulo Fashion Week em junho de 2008.

É uma exposição sobre a cultura popular presente às margens do “Velho Chico”, interpretada pelo olhar do Ronaldo, e representa o projeto número 1 da moda incentivada pela Lei Rouanet, ou seja, é um projeto pioneiro junto ao Ministério da Cultura e uma abertura de portas para a moda brasileira ser reconhecida como instrumento cultural.

A exposição é composta de 13 ambientes, verdadeiras instalações de arte contemporânea, integralmente produzidas por uma ONG, e conta com duas participações muito especiais:

A cantora Maria Bethânia declama o poema “Águas e Mágoas do rio São Francisco”, escrito por Carlos Drummond de Andrade em 1977, e a voz de Bethânia ecoa de 16 vestidos que compõem o ambiente “A Voz do Rio”, ou seja, são vestidos musicais nos quais as pessoas podem encostar e ouvir.


O ator Wagner Moura produziu e narra um documentário sobre a cidade de Rodelas (BA) onde ele foi criado e que foi inundada para dar lugar à barragem da hidrelétrica de Itaparica. É um dos ambientes mais emocionantes da exposição.

Maria Bethânia e Luiz Jasmin na Fliporto


A 8ª edição da Festa Literária Internacional  de Pernambuco (Fliporto), que homenageia o centenário de Nelson Rodrigues, abrirá com recital da cantora Maria Bethânia, essa grande intérprete brasileira, filha de Dona Canô e irmã de Caetano Veloso, que mostrará o seu amor à poesia.


Caetano Veloso nos relata que “Bethânia surgiu para o público como apenas e exclusivamente uma voz. Foi na Bahia. O diretor de teatro Álvaro Guimarães montou “O Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, e o espetáculo abria com um longo blackout em que se ouvia a voz de uma garota desconhecida cantando “Na Cadência do Samba”, de Ataulfo Alves. Ela tinha 17 anos, mas era já essa voz de timbre rico e afeto intenso que nos impressiona até hoje. Ninguém via a figura que sustentava aquela voz nas trevas. Mas o espetáculo começava com uma força ímpar no teatro mundial... É uma voz-pessoa, indissociável. E desde sempre atada à música através da poesia’’.



A 3ª Feira do Livro de Pernambuco, que é um dos braços da Fliporto, contará com o lançamento da obra do artista plástico Luiz Jasmin, com o selo das edições Carpe Diem e prefácio de minha autoria que resgata e registra o universo de um grande artista. O livro Mulheres Encantadas de Jasmin relata a singularidade de mulheres que ele conheceu e conviveu e que, de alguma maneira, passaram pela sua vida. Entre elas, Maria Bethânia, Danuza Leão, Yolanda da Costa e Silva, Tânia Alves, Tonia Carrero, Clara Nunes, Maysa. Conta, também, a sua convivência com o gênio que foi Salvador Dali.

Luiz Jasmin ilustrou algumas das capas dos discos de sua amiga Maria Bethânia, com registros em seu livro, e ambos estarão presentes na 8ª Fliporto que, nessa edição, é um grande diálogo entre as artes.


A singularidade e a pluralidade da Fliporto, que abrirá com uma declaração de amor à poesia por Maria Bethânia, mostrando que tudo no início é poesia e tudo acaba em livro ou documento, resgata e registra a obra de um grande artista que é Luiz Jasmin, e mostra como uma festa literária deve ser: diálogos, encontros e, porque não dizer, comunhão. Carpe Diem!


Antônio Campos - advogado, escritor, editor, membro da Academia Pernambucana de Letras e curador-geral da Fliporto.

camposad@camposadvogados.com.br

Mulheres Encantadas




Artista de múltiplas facetas que ganhou fama mundial pelos retratos que fez de divas e musas nos anos 60 e 70 do século passado, Luiz Jasmin, empresta agora o seu talento para a escrita e lança na Fliporto, em Olinda, seu primeiro livro: Mulheres Encantadas.

O lançamento será às 16h15 do próximo dia 18 na tenda da Carpe Diem, editora responsável pelo evento. Antonio Campos prefacia a obra com o ensaio O Encanto de Luiz Jasmin, publicado no Jornal do Brasil no início deste ano.

Personagens da realeza europeia e da classe artística brasileira retratada pelo pintor pontuam a obra como a Rainha Elizabeth II, a Princesa Margareth Rose da Inglaterra e a cantora Maria Bethânia. Trata-se de um conjunto de narrativas biográficas que revelam um pouco das memórias testemunhadas por Luiz Jasmin ao longo de sua trepidante vida. "Na verdade não pensei em escrever esse livro. Achava mais conveniente que tivesse sido escrito por um ghost writer. Mas eu não ia aceitar censura alguma sobre minhas transgressões e paixões", disse Jasmin.

28 de outubro de 2012

"Agora tudo é internet"

Bethânia concordou em fazer da internet o principal meio de divulgação do seu último CD "Oásis de Bethânia". Ignorante confessa do meio, no entanto, deixou a cargo da gravadora as questões virtuais. "Agora tudo é internet".
 
 
Com quase toda discografia disponibilizada para venda na loja da iTunes, agora esta disponível nos gadgets da Apple (iPhone, iPod e iPad), um Aplicativo - com fotos, discografia e informações; e a Rádio Maria Bethânia, com todas as músicas dela no site da Biscoito Fino e com links para o iTunes e redes sociais da gravadora.
layout nos aparelhos Apple.
 
Em parceria com a desenvolvedora Mobilevel, a gravadora lançou o aplicativo oficial da cantora Maria Bethânia para iPhones/iPods touch.
O aplicativo vem com uma rádio 24h embutida com sucessos da cantora, vitrine com catálogo de músicas à venda na iTunes Store, fotos exclusivas e biografia completa de Maria Bethânia.
O Maria Bethânia requer o iOS 4.1 ou superior e não custa nada na App Store [17,1MB].
 
 
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta
(Site oficial)
(Nosso Twitter)

27 de outubro de 2012

"De perto, ninguem é normal"

Com tantas pessoas famosas circulando pela cidade do Rio de Janeiro, os cariocas convivem com um aspecto pitoresco do estrelato: as excentricidades e esquisitices de artistas.
 
 
 
Em matério da Veja Rio, foi exposto algumas manias de artistas que vivem pela cidade. Não é vergonha nenhuma: as excentricidades fazem parte do dia a dia de cada um e, em última instância, dão confiança e ajudam a pessoa a lidar com a ansiedade. Bater três vezes na madeira, entrar em um lugar com o pé direito ou usar uma roupa de determinada cor são crendices inofensivas que funcionam como um amuleto.
Dentro desse universo inerente à condição humana, artistas tendem a exacerbar tal comportamento das mais diversas maneiras.

A cantora Maria Bethânia seleciona uma série de idiossincrasias nos momentos que antecedem seus shows. Ninguém pode pisar no palco de sapato antes do início da apresentação nem falar com ela nas duas horas anteriores à sua entrada em cena.
Seu camarim é adornado com imagens de Nossa Senhora, Santa Bárbara, Santo Antônio e Iemanjá. Devota do candomblé, não usa preto jamais. Duas horas antes dos shows, fica recolhida em seu camarim, onde nunca pode faltar uma garrafa de uísque.
 
Devoto fervoroso de seu xará, Jorge Ben Jor, cumpre um metódico ritual nos shows pelo Brasil ou mesmo no exterior. Ele põe uma imagem de São Jorge no palco, próximo dos instrumentos de percussão.
 
 
Caetano Veloso não resiste ao achocolatado Nescau, numa preferência que já rendeu comentários bem-humorados de sua ex-mulher e empresária, Paula Lavigne. "Se ele tiver o Nescauzinho e o violãozinho dele, está tudo bem", dise ela, certa vez. Nas turnês internacionais, a assistente do artista tem a incubência de levar uma ou mais latas do produto na bagagem.
 
 
 
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta
(Site oficial)
(Nosso Twitter)

25 de outubro de 2012

"Carta de Amor" é o novo show de Maria Bethânia


"Carta de Amor" é o nome do novo show de Maria Bethânia.
 
 

Inspirado no CD "Oásis de Bethânia", lançado em março de 2012,  o espetáculo tem agenda no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro, no Vivo Rio.
 
Em parceria com o pianista e maestro Wagner Tiso, arregimentado para ser o diretor musical da intérprete no posto ocupado há duas décadas por Jaime Alem. Tiso vai orquestrar a banda formada pelos músicos Gabriel Improta (violão e guitarra), Paulo Dafilin (violão e viola), Jorge Helder (baixo), Pantico Rocha (bateria), Marcelo Costa (percussão) e Marcio Mallard (cello).
Com direção e cenário assinados por Bia Lessa, e com músicas inéditas no roteiro ainda em construção, Carta de Amor tem estreia nacional agendada para 18 de novembro na casa de espetáculos Vivo Rio.
Na sequência da estreia carioca, Bethânia parte em turnê nacional com o show.
 
 
Abraços,
Fã-clube Grito de Alerta.
(Nosso site oficial)
(Nosso Twitter)
 

15 de outubro de 2012

100 maiores vozes da história da música




"Os baianos Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano Veloso estão entre as 10 maiores vozes da música brasileira. É o que aponta o ranking, elaborado por 60 especialistas, que traz os 100 maiores vozes da história da música do país e será publicado na edição especial de aniversário de seis anos da revista Rolling Stone Brasil, que chega às bancas a partir da próxima segunda-feira (15).

Os três "doces bárbaros" ocuparam, respectivamente, o quinto, sétimo e oitavo lugar. Quem liderou o ranking foi o carioca Tim Maia, que faleceu em 1998, aos 56 anos. Com sua famosa voz rouca, ele é considerado um dos maiores ícones da música popular brasileira e o pioneiro do estilo soul no Brasil. Em segundo lugar, está a saudosa Elis Regina, seguida de Ney Matogrosso.

No site da revista, foram publicados trechos dos depoimentos sobre os dez primeiros colocados. Caetano Veloso foi o autor do depoimento para sua irmã, Maria Bethânia: "Bethânia surgiu para o público como apenas e exclusivamente uma voz. Foi na Bahia. O diretor de teatro Álvaro Guimarães montou O Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, e o espetáculo abria com um longo blackout em que se ouvia a voz de uma garota desconhecida cantando “Na Cadência do Samba”, de Ataulfo Alves. Ela tinha 17 anos, mas era já essa voz de timbre rico e afeto intenso que nos impressiona até hoje. Ninguém via a figura que sustentava aquela voz nas trevas. Mas o espetáculo começava com uma força ímpar no teatro mundial."

Veja de quem são as 10 maiores vozes da música brasileira, segundo o ranking:

1 - Tim Maia
2 - Elis Regina
3 - Ney Matogrosso
4 - Wilson Simonal
5 - Maria Bethânia
6 - Roberto Carlos
7 - Gal Costa
8 - Caetano Veloso
9 - Clara Nunes
10 - Milton Nascimento

Fonte: Camila Queiroz
(camila.queiroz@redebahia.com.br)

26 de setembro de 2012

Grammy Latino 2012




Apresentado pela ACADEMIA LATINA DA GRAVAÇÃO, o Latin GRAMMY é o Prêmio de maior prestígio na indústria da gravação. Os Prêmios GRAMMY da música latina homenageiam o talento de artistas e/ou técnicos, não tendo relação com cifras obtidas com vendas nem posições nas paradas de sucesso. Além disso, os ganhadores são determinados por meio dos votos outorgados por seus colegas, membros votantes da ACADEMIA. O objetivo principal do LATIN GRAMMY é reconhecer a excelência e criar uma maior consciência pública sobre a diversidade cultural dos artistas da gravação e suas contribuições.


Maria Bethânia concorre ao "Melhor Álbum de Música Popular Brasileira ", com "Oásis de Bethânia" (BISCOITO FINO).

A cerimônia de entrega ocorrerá em 15 de novembro, no Mandalay Bay Events Center de Las Vegas, e será transmitida ao vivo pela Univision. 


16 de setembro de 2012

Dona Canô, 105 Anos de Amor, Festa e Devoção



Parabéns a Dona Canô pelos seus 105 anos de alegria, de fé e de simplicidade. Santo Amaro da Purificação está em festa e nossos corações também.


Dona Canô canta "Último desejo", de Noel Rosa.  Extraído do filme "O Cinema Falado" (1986), de Caetano Veloso.

27 de agosto de 2012

Entrevista de Bethânia ao Correio - Bahia


Entrevista concedida por Maria Bethânia ao jornalista Hagamenon Brito do Jornal Correio da Bahia, publicada no dia 26/08/2012:


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"Caetano decidiu que Gal seria sua cantora", diz Maria Bethânia

Em espetáculo no TCA, Maria Bethânia fala sobre relação do irmão com Gal Costa e diz que Chico é 'o homem mais bonito do mundo'




Foto: Divulgação
'Chico é o homem mais bonito do mundo', se derrete Bethânia
Maria Bethânia, 66 anos, e Chico Buarque, 68, têm uma longa e afetiva relação na MPB. Começou na década de 60, teve seu marco inicial em disco quando Bethânia gravou pela primeira vez uma canção de Chico Buarque - Rosa dos Ventos, no álbum A Tua Presença (1971) -, passou pelo palco num show e turnê em conjunto, em 1975, e segue acompanhando o movimento da vida.
O novo capítulo dessa ligação e admiração artística é o espetáculo Maria Bethânia Canta Chico Buarque. O projeto, idealizado por Monique Gardenberg para o Circuito Cultural Banco do Brasil, estreou em 2011 e sua série de cinco apresentações este ano chega ao fim hoje no TCA, 20h, com ingressos há muito  esgotados.
Com aproximadamente 30 músicas, incluindo o bis, o repertório do espetáculo privilegia as canções de Chico Buarque interpretadas pela filha de dona Canô ao longo dos seus 47 anos de vitoriosa carreira.
Cada vez menos dramática e mais serena em cena, mas sempre autoral e intensa, Bethânia canta clássicos como Rosa dos Ventos, Baioque, Maninha, Apesar de Você, Gente Humilde, Sonho Impossível, Cálice, Roda Viva, Beatriz, Gota d’Água, Noite dos Mascarados, A Rita, Terezinha, Olhos nos Olhos, Tatuagem e Olê, Olá. 
Confira entrevista feita por telefone com Maria Bethânia, que nos atendeu em sua casa, no Rio, sempre atenciosa.


De um lado, você tem Caetano Veloso que, além de ser seu irmão, é um grande compositor e está sempre presente em sua carreira. Do outro, Chico Buarque, de quem você já cantou mais de 50 músicas e de quem é, para muitos, a melhor intérprete. Qual o seu compositor predileto entre os dois?

Caetano e Chico são os dois compositores da minha vida, estão presentes no meu repertório nestes 47 anos de estrada, cada um à sua maneira. São os dois pilares da minha música e uso as canções de cada um deles de acordo com aquilo que estou querendo expressar naquele momento. Sou uma intérprete e utilizo aquilo deles que melhor me traduz.
Tão íntima assim da obra desses dois gigantes da MPB, quais as particularidades de composição que você ressaltaria em Chico e Caetano?
São vanguardistas, admiráveis e têm personalidades muito fortes. Ambos me conhecem e eu ouço os dois sempre, em casa, porque me exercito e me alimento como intérprete, e sou íntima da obra deles. São românticos, são épicos, sabem falar sobre a vida de todas as maneiras possíveis. São pessoas que eu quero muito e que têm o dom de me traduzir.
Você lembra da primeira vez em que viu, em que encontrou Chico Buarque nos anos 60?
Não me lembro do primeiro encontro fisicamente, mas lembro da primeira música que ouvi de Chico: Olê, Olá. Foi com Vinicius (de Moraes), em São Paulo, no Teatro de Arena, que apresentava o espetáculo Arena Conta Zumbi (1965), que era deslumbrante. Na época, todos nós apresentávamos nossos shows e depois íamos para o Teatro de Arena, e numa dessas noites, Vinicius me mostrou Olé, Olá. A música de Chico chegou para mim antes de sua imagem física.

Vi você e Chico juntos duas vezes na vida. Na primeira, no cinema, no musical Quando o Carnaval Chegar (1972), de Cacá Diegues, que tinha também a doce Nara Leão (1942-1989). E no filme vocês passavam, para mim, uma ideia de namoro (risos)...
(Risos). Eu era a Rosa, muito brincalhona. Eu e Chico somos geminianos, temos um elo forte, somos brincalhões. De certa maneira, tinha um pouco de verdade, era uma brincadeira platônica (risos). Chico é o homem mais bonito do mundo!
Às vezes, brinco com amigas jovens que acham que Chico ainda é um homem lindo. Digo que ele já tem 68 anos, que está velho... Bem, coisas do humor típico de um canceriano (risos).
Que nada, ele está cada vez mais bonito. Adoro quando a luz bate nos cabelos grisalhos dele, adoro as mãos dele, o jeito. Ele é todo lindo!
Foi difícil selecionar o repertório desse show, já que você gravou ou interpretou dezenas de canções de Chico? Como foi o processo?
 São canções de Chico que têm a ver comigo, com o meu passado. Não faria sentido gravar composições mais atuais de um artista que continua na ativa. Mas o repertório é um desenho de Chico Buarque por inteiro, da sua visão do Brasil, de amor, do cotidiano, da época do protesto contra a ditadura, da sua relação com a vida, com as dores e as alegrias. Parece que Chico escreve o que eu penso, da maneira que eu penso. Não mudaria uma vírgula. O Chico romântico, por exemplo, é um alicerce de todo o meu repertório.


A segunda vez que vi você e Chico juntos foi no show Chico Buarque & Maria Bethânia, em 1975, no Teatro Guaíra, em Curitiba. Um dos shows inesquecíveis da minha vida, aliás. Como foi aquele convívio?
Só no Canecão, no Rio, foram oito meses em cartaz, de terça a domingo. Além do encontro quase diário no palco, às vezes jantávamos juntos. Naquele tempo, aliás, os artistas se encontravam muito, queríamos mostrar um acorde novo, uma música nova, uma poesia... Compartilhávamos tudo pessoalmente, não era algo virtual como agora.
No último domingo, Chico Buarque assistiu ao seu show no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. Como foi?
Um presente de papai do céu!  Uma coisa é cantar as músicas de Chico, outra é cantar para ele (risos). Ele levou as filhas, a namorada, o neto... Gosto de toda a família, adoro Miúcha, a irmã dele. Dona Amélia (NR: mãe de Chico, morta em 2010, aos 100 anos) dizia que eu era uma filha dela (risos), que era  tudo uma família: Hollanda Velloso, Velloso Hollanda.
Existe a possibilidade do show ser lançado em disco? Quais os planos após o término da turnê, em Salvador?
Todo show que faço é registrado pela Biscoito Fino, mas ainda é cedo para pensar se este será transformado em disco. Preciso de um maior distanciamento. Como parei tudo para fazer essa série de shows, vou ter que retomar a ideia da turnê de Oasis (NR: último álbum da cantora, lançado em abril) do zero. Não sei se o show de Oasis estreará ainda este ano, porque só de ensaio precisaria de três meses.

Você ficou com ciúmes, digamos, por Caetano Veloso ter feito um álbum (Recanto/2011) inteiro para Gal Costa cantar?
De jeito nenhum. Caetano decidiu que Gal seria sua cantora já no show Nós, por Exemplo (1964), aí no Vila Velha. Ele fez essa opção e todo compositor tem esse direito, não me cabe julgar. O Lulu (Santos) costuma dizer que "Cada cantor tem que saber qual o seu aquário". Tem quem ache isso grosso, mas acho fofo. A maior cantora do mundo é Nana (Caymmi), mas não tem a ver comigo, com meu modo de interpretar. Ao encontrar com Chico, domingo, eu disse: "Sei que não sou a sua cantora, mas eu me candidato a esse posto" (risos). Sou uma intérprete e Caetano é fundamental em minha música, mas a cantora dele é Gal Costa. Não há nada demais nisso.

22 de agosto de 2012

Encontro de Maria Bethânia e Chico Buarque



Enfim o público foi contemplado com o tão esperado show de Maria Bethânia, cancelado por motivos de saúde no começo do mês. A apresentação da noite deste domingo, 19, encerrou o projeto Circuito Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, com Bethânia emprestando sua voz às canções de Chico Buarque .
Toda de branco, vestido de mangas compridas e cauda assimétrica, Bethânia subiu ao palco de pés descalços, como de costume. Com o homenageado na plateia, ela declarou: "Chico não tem fim, não se resume. Essa é apenas uma pequena, mas amorosa homenagem a ele".
O cantor fez questão de visitar a intérprete da noite nos bastidores e, já na saída, não poupou elogios: "Achei lindo, fiquei muito emocionado. Hoje eu a achei muito alegre e isso me fez feliz. Ela estava maravilhosa", afirmou. 

Fotos de Philippe Lima e Felipe Panfili - AgNews: